MEDIÇÃO
DE ESGOTO OU EFLUENTES INDUSTRIAIS
O
processo de medição quantitativo de efluentes industriais ou o
esgoto em si, é bem complicado de se medir por meios primários de
medição convencionais não só pelo aspecto de sua condução, como
também, pelas suas características de fluido mal comportado, pois
transportam todo tipo de impurezas como partículas, graxos,
pigmentos, gorduras e vários outros tipos de impurezas orgânicas ou
não, dificultando sua medição.
Uma
exceção, na medição primaria, deve ser observada quando o
transporte do esgoto por algum motivo for forçado por bombeamento,
ou onde a canalização por características específicas da rede
estará sempre cheia. Nesse caso ou sistema, pode-se aplicar ou
analisar a utilização da medição ultrassônica ou mesmo a
utilização no local o medidor magnético carretel com limpeza
ultrassônica automática do eletrodos de medição.
Em
regra geral, um dos métodos mais apropriado ou mais exato,
tratando-se de esgoto ou efluente industrial de natureza e transporte
comum via caimento gravitacional, é o processo primário com a
utilização da calha ou canal de Parshall.
O
canal de Parshall quando bem dimensionado e bem instalado pode chegar
a uma exatidão da ordem de mais ou menos 1% do valor medido que é
bem diferente e muito melhor do que 1% de final de faixa.
O
canal de Parshall, quando foi estudado, desenvolvido, definido e
calibrado pelo seu inventor Eng. R. L. Parshall, na década de 30, no
laboratório do Colorado Agricultural College, teve como premissa de
testes os tamanhos de 3”, 6, 9, e 12 polegadas aumentado para 1'
½,2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 pés. Nos seus trabalhos de estudo
para os modelos com os tamanhos de garganta acima, ele definiu a
equação para vazão como:
Q
= K . Hc n Onde a variável independente é o Hc que significa altura ou nível da lâmina fluídica escoante na garganta do canal.
O coeficiente “K” e o expoente “n” foram rigorosamente definidos, testados e aprovados no laboratório de seu departamento. Na tabela abaixo, citamos os tamanhos de calha Parshall com seus respectivos coeficientes e expoentes.
- Lc = gargantaConstantesL/sRangeabilidadePolCmKnQ mínimoQ máximo
3''7,60,1761,5470,8553,863:16''15,20,3811,5801,42110,470:19''22,90,5351,5302,55251,998:112''30,50,6901,5223,11455,6146:11' 1/245,71,0541,5384,25696,2163:12'61,01,4261,55011,89936,778:13'91,52,1821,55617,261.426,382:14'122,02,9351,57836,791.921,552:15'152,53,7281,58745,302.422,053:16'183,04,5151,59573,602.929,040:17'213,55,3061,60184,953.440,040:18'244,06,1011,60699,103.950,040:19'--------------------------------10'--------------------------------
Onde:
Lc = largura da garganta
e
Hc = variável independente ou altura da lâmina do fluido. Derivado do canal de Parshal, podemos medir a vazão que flui em queda gravimétrica por vários outros princípios primários como os resumidos na tabela abaixo com suas respectivas fórmulas implantadas e resolvidas por computador que contenha dentro de si um aplicativo específico para a solução da equação fluídica.
RESUMO DAS FÓRMULAS UTILIZADAS NO APLICATIVO
Elemento
primário
|
Fórmula
|
Autor
|
Vertedor retangular
|
Q = 1,838 . Lc .√
Hc³
|
FRANCIS
|
Vertedor
triangular ângulo
Ɵ de 60° a < 90°
|
Q = 1,367 .√
Hc5
|
THOMPSON
|
Vertedor triangular
Ɵ=90°
|
Q = 1,40.√
Hc5
|
THOMPSON
|
Vertedor trapezoidal
|
Q = 1,860 . Lc .√
Hc³
|
CIPOLETTI
|
Vertedor circular
|
Q = Am . C . √2gHc
|
GERALDO LAMON
|
Vertedor circular
fórmula empírica
|
Q=1,518.D0,693.Hc1,807
|
AZEVEDO NETTO
|
Canal livre circular
|
Q=R . Ɵ
.Rh5/3. (√I
)/λ
|
GERALDO LAMON
|
Canal livre
retangular
|
Q = Lc.Hc.Rh2/3.
(√I )/λ
|
GERALDO LAMON
|
Canal de Parshall
|
Q = K . Hcn
|
PARSHALL
|
Canal mod. Parshall
|
Q = 2.2 . Lc . Hc1,5
|
AZEVEDO NETTO
|
Canal livre
trapezoidal
|
Q = Am . Rh2/3.
(√I )/λ
|
GERALDO LAMON
|
Q
= Vazão em m³/s
Lc
= Largura da crista do vertedor ou garganta
Hc
= Altura do nível da lâmina vazante
C
= Constante equivalente ao atrito e a contração liquida vazante no vertedor
circular, podendo variar de 0,6 a 0,73
Rh=Raio
hidráulico: Varia com o Hc, calculado automaticamente pelo
aplicativo
do
programa MDE. *
Am=Área
molhada: varia com o Hc, calculada automaticamente pelo aplicativo
do programa MDE.*
Ɵ=Ângulo
de abertura do perímetro molhado, varia com o Hc, calculado
automaticamente pelo aplicativo do programa MDE.*
K
= Constante tabelada pelo Parshall - varia com a largura da garganta
da calha
n
= Constante tabelada pelo Parshall - varia com a largura da garganta
da calha
i
= Declividade do canal
λ
= Rugosidade do canal
D
= diâmetro
*
= Aplicativo computacional para cálculo da medição de vazão em
canais.
M.D. E 1.30 => Medição de Esgoto.
A
solução literal de algumas das fórmulas apresentadas acima são
muito laboriosas, porém estão todas resolvidas pelo computador,
necessitando apenas a informação em tempo real ou não do valor da
lamina do fluido vertente ou passante pelo dispositivo primário de
medição. Informações mais profundas a respeito desse artigo no
que tange a detalhes construtivos e de instalação dos dispositivos
primários ou mesmo o desenvolvimento das formulas apresentadas, nas
páginas desse artigo, bem como aquelas parafraseadas como sendo de
autoria do autor, poderão ser encontradas no livro Pitometria e
Macromedição nas Empresas de Saneamento, do autor desse artigo.
Artigo
desenvolvido por - G. Lamon abril de 2013.